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minas - 7 dias pelas cidades históricas com esticadinha a bh

Atualizado: 26 de set. de 2020

História, gastronomia, arte e diversão


"Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala. Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade".

João Guimarães Rosa


Minas sempre esteve nos meus planos. De forma um pouco negligenciada pensava muito em um dia conhecer as cidades históricas. Só que nunca rolava, porque nas férias priorizava o nordeste e ultimamente as viagens internacionais se mostraram mais interessantes, of course!


A ideia era aproveitar um fds prolongado, mas dava preguiça de dirigir tantas horas para passar tão poucos dias. A viagem ficaria muito corrida e pouco proveitosa.

E assim fomos deixando de lado até que a oportunidade chegou. Em abril tirei um curto período de férias e como o Pedro (meu companheiro) não poderia se distanciar muito de casa, o destino mineiro foi logo lembrado.


Sem lenço e sem documento

Não foi nenhum mochilão. Fomos de carro e com grana suficiente para aproveitar boa hospedagem e gastronomia, mas essa viagem foi mais desencanada do que qualquer outra que havia feito. Quando saímos de SP tínhamos a ideia de quais cidades queríamos conhecer, mas nada muito certo. Decidimos o roteiro na última hora, que aliás depois foi ligeiramente mudado. Não reservamos nenhum hotel, deixamos tudo pra resolver na hora. E quer saber? Deu certo. Em cada cidade que chegávamos entrávamos no Booking e escolhíamos a pousada considerando as boas avaliações e localizações. Tivemos alguns contratempos, mas nada que tenha atrapalhado muito.


E quando precisávamos o povo mineiro, muito cordial, estava sempre pronto com um sorriso para nos dar informações.

O roteiro

Saímos de São Paulo num sábado por volta do meio-dia com o Waze indicando a distância de 537 km e 6h20 de viagem até Tiradentes. Seguimos pela Fernão Dias até próximo a uma cidadezinha mineira chamada Oliveira, quando então mudamos para uma estrada pavimentada, com mão de ida e volta, repleta de curvas. Aliás a viagem toda até Minas (e lá se intensificou) foi cheia de curvas, o que fez reduzir a velocidade média para bem menos de 100 km/hora.


Resumindo nosso itinerário:

- São Paulo/Tiradentes

- Tiradentes/Ouro Preto com paradas em São João del Rei e Congonhas

- Ouro Preto/Belo Horizonte com almoço em Mariana

- Belo Horizonte/Brumadinho (Inhotim)

- Brumadinho/São Paulo


Tiradentes

Típica cidade que se desenvolveu a partir do ciclo do ouro (século 18) é para mim a mais encantadora das cidades históricas que conheci em Minas. Casarões coloniais e igrejinhas barrocas muito bem preservadas nos remetem ao passado e à história do Brasil. Tiradentes é muito charmosinha! É uma delícia passear pelas ruas de calçamento de pedras, avistando a arquitetura e entrando com calma nas várias lojinhas de artesanato, doces, cachaças, cafeterias e barzinhos. Como o calçamento é irregular andar em Tiradentes pede sapato confortável. À pé é a melhor maneira de conhecer o pequeno centro histórico da cidade. Algumas ladeiras íngremes exigem algum esforço, mas nada que não valha a pena.


A valorização cultural é marcante. Há vários ateliês produzindo arte em madeira, estanho, ferro e pedra-sabão. Das cidades de nosso roteiro é a que mais indico para compras por causa dos produtos diferenciados. Os preços se equivalem em todas.


Quanto às refeições, nos almoços geralmente íamos em restaurantes mais simples e experimentávamos comidas mineiras tradicionais feitas em fogão a lenha. Já no jantar caprichávamos mais. Há vários restaurantes bacanas e como nossas viagens têm sempre foco na gastronomia, fomos conhecer dois estrelados. O Tragaluz, que serve à luz de velas em uma casa colonial bem sofisticada e o Pacco&Bacco, com ambiente muito agradável no estilo rústico-chic.


Nos decepcionamos um pouco com o primeiro. O Pedro pediu um prato de galinha d'Angola, que é o carro-chefe da casa, mas não gostou. Como não me encantei muito com o cardápio, eu pedi apenas um creme de madioquinha. Mas curtimos a entrada: vários queijos mineiros da Serra da Canastra que acompanhamos com um maravilhoso vinho tinto. De sobremesa compartilhamos o destaque do menu: a Goiabada Frita Tragaluz, que não achamos nada de excepcional, apesar de que "ganhou ares de celebridade. Esteve no New York Times, na Paris Match, na Ucrânia, em Praga, Berlim, Lisboa... Ana Maria Braga a ensinou ao vivo em seu programa na Rede Globo", conforme está escrito no site do restaurante.

Sobremesa "famosa" do Tragaluz

Já o outro estrelado que conhecemos em Tiradentes, o Pacco & Bacco, é

M A R A V I L H O S O! A carta de vinhos o Pedro achou bem legal e o atendimento foi impecável. A comida? Incrível. Começamos com uma deliciosa cesta de pães artesanais feitos na casa. Pedro pediu o Risoto Mar de Minas -- camarão grelhado com risoto cozido no caldo de camarão, alho poró e ora-pro-nobis, acompanhado de farofa com castanha do Pará. E eu pedi um prato vegano feito com palmito in natura grelhado, ragu de lentilhas, purê de inhame cozido no leite de castanha de caju e farofa de banana da terra. Não me lembro qual sobremesa dividimos, mas com certeza era boa.

Só tem um porém, os preços de ambos restaurantes são bem carinhos.

Pacco & Bacco

Ficamos duas noites hospedados em Tiradentes. Tempo que achei ideal para a permanência na cidade. Ah, quanto ao tradicional passeio de Maria Fumaça até São João del Rei, não fizemos.


A hospedagem foi na Pousada Marília de Dirceu. Excelente custo benefício, a cerca de 800 metros do centro. Em estilo colonial, é super bem cuidada. Tudo era bem limpinho e novinho. O café da manhã é excelente; achei o melhor da viagem. O atendimento foi muito bom.


São João del Rei

Em duas, três horas conhecemos um pouco dessa cidade vizinha de Tiradentes. Vale a visita, mas não indico pernoite. Não há tantos atrativos. Maior, mais movimentada (sem charme) e com alguma importância histórica, São João del Rei é conhecida por ser a terra natal de Tancredo Neves, o político e avô de Aécio Neves que foi governador de Minas Gerais e quase assumiu a presidência do Brasil (eleito de forma indireta). Na véspera de tomar posse (1985) ele foi internado em estado grave e algum tempo depois morreu.


O corpo de Tancredo foi enterrado no cemitério localizado atrás da Igreja de São Francisco de Assis, onde seu túmulo faz parte do tour. Essa igreja é obra do período colonial (1749). Pena que o estado de conservação não esteja lá essas coisas. Com lindas esculturas em pedra-sabão na fachada, é um projeto de Aleijadinho construído pelo mestre Francisco de Lima Cerqueira.

Alguns dos principais pontos turísticos da cidade: Igreja de São Francisco de Assis, o Solar dos Neves (casa que pertence à família de Tancredo Neves), a Igreja do Rosário (a mais antiga da cidade), a Rua das Casas Tortas e a Ponte do Rosário. Não fomos visitar, mas há na cidade o Memorial Tancredo Neves, que reúne documentos da vida do político, o Museu Ferroviário e o tal passeio de Maria Fumaça até Tiradentes. Algumas das fotos acima são originais do Blog Partiu Pelo Mundo onde há dicas detalhadas do que fazer em São João del Rei.

Congonhas

Saímos de São João del Rei com o tempo bem fechado e assim ele permaneceu pelos cerca de 110 quilômetros até Congonhas, a cidade onde estão as esculturas dos 12 Profetas -- obras-primas de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, realizadas em várias etapas, a partir de 1757.


Me emocionei com a beleza, grandeza, importância histórica e religiosa do local e das obras. Lindamente localizado no alto de um morro, o Santuário do Senhor Bom Jesus de Matozinhos, tombado pelo Iphan, reúne o maior conjunto de arte colonial do Brasil, elevado pela Unesco a Patrimônio Mundial. O santuário já passou por restaurações e as obras incluíram a implantação de jardins projetados por Burle Marx.


"Lá embaixo o povo da terra permanece em seu labor diário. De vez em quando uma espiada para o alto. Um olhar de fé atiçado em direção à montanha, num silêncio quase cúmplice, revelador apenas de uma vocação maior. Religiosidade, arte e trabalho se mesclam como uma colcha de retalhos. Se entrelaçam por entre vales e montes, proporcionando o clima exato da espiritualidade que transpira em Congonhas. Realmente, há algo de mágico no alto da colina do Santuário do Bom Jesus. A tocante sensação de paz que envolve o local parece resultar de um feitiço, de um suave encantamento".

Texto lindo extraído do site http://www.congonhas.com.br/

Debaixo de garoa visitamos o santuário, nos fotografamos com os profetas, rs, e caminhamos pelas estações da Via Crucis. No gramado inclinado à frente da Basílica do Senhor Bom Jesus de Matozinhos há seis capelas abrigando cenas esculpidas da Paixão de Cristo, algumas são de Aleijadinho e outras orientadas por ele.


Na rua ao lado da igreja vi de longe algumas lojinhas bem atraentes, mas por causa da chuva não fomos conhecer. Da visita rápida e chuvosa a Congonhas ficou um gostinho de quero mais. Vale um retorno para um olhar mais atento e lento.


Um destaque importante: fomos almoçar no Armazém Santa Rita. Chegamos na hora que estava fechando. O bufê estava no fim, mas um rapaz (que me pareceu o proprietário) foi muito gentil fazendo questão de nos atender. Nos serviu fartamente uma comida deliciosa feita na hora especialmente para nós. Adoramos e indicamos muito.


Ouro Preto

Aproximadamente uma hora de viagem e cerca de 60 quilômetros separam Congonhas de Ouro Preto. E dá-lhe subida, serra, curvas e montanhas. Chegamos em Ouro Preto no fim da tarde. Com aquela luz (sabe?) que deixa tudo meio mágico fui me encantando com a cidade. Subidas e descidas imensas, calçamento de pedras, casarios coloniais, jovens, muitos jovens. Há diversas faculdades e repúblicas estudantis no município que deixam no ar um jeito descontraído, alegre e meio "bicho grilo" que eu adoro. Dá vontade de sentar em um boteco pra tomar cerveja e deixar a vida ir. À noite fez aquele friozinho aconchegante como costuma ter nas montanhas. Aí um vinhozinho o tinto com meu love caiu super bem...


A cidade e o centro histórico são bem maiores do que nas outras cidades históricas mineiras que conheci. Ouro Preto reúne o maior e mais importante acervo da arquitetura e arte do período colonial de todo o Brasil e foi uma das primeiras cidades escolhidas no mundo para ser Patrimônio da Humanidade, em 1980, pela Unesco.


Com 70 mil habitantes (censo de 2010), Ouro Preto é bem movimentada. Respira arte e artesanato. Tem uma lojinha atrás da outra. Mas achei os souvenirs pouco artesanais, parecem fabricados em série. Senti falta dos trabalhos manuais únicos e exclusivos. Mas deve ter também, só não achei os ateliês bacanas pelos passeios que fiz.


Li neste link que há 597 mil igrejas em Ouro Preto. Oi??? Será? Não achei nenhuma informação no site da prefeitura. Deve estar errado esse número. E com muito exagero. Mas lá tem bastante igreja mesmo! Para cada lado que se vira a cabeça a gente vê pelo menos uma, quando não duas ou três.


Fiquei instigada. Como em uma época em que havia escravidão, castigos cruéis aos escravos construíam tantas igrejas e rezavam tantas missas? O que os sinhozinhos confessavam aos padres??? Fiquei imaginando os pobres escravos subindo as íngremes ruas de pedras carregando nos ombros aquelas cabines de madeira maciça em que transportavam as sinhás... Realmente religião não é sinônimo de espiritualidade.


Adorei Ouro Preto, me apaixonei. É a nossa Granada (qualquer hora escreverei sobre minha viagem pra lá). Moraria fácil tanto num lugar quanto no outro. Gostei tanto que me imaginei morando em Ouro Preto, em um casarão com eira e beira, onde montaria um ateliê, um bistrô/café e assim não seria uma pessoa sem eira nem beira... rs...

Sonhos...


Nos hospedamos duas noites em um hotel caprichado, o Solar do Rosário, um casarão colonial com localização, estrutura e serviço cinco estrelas. Serve um café da manhã excelente e variado em um restaurante considerado referência gastronômica na cidade, o Senhora do Rosário, onde jantamos na primeira noite. O cardápio apresenta culinária sofisticada tendo várias receitas com ingredientes tipicamente mineiros e queijos artesanais.


A variedade da carta de vinho agradou meu marido enófilo. Pena daquela vez ele ter errado na escolha do rótulo. Não gostamos do tannat uruguaio que pedimos, que segundo o garçom é de vinícola do proprietário do hotel. Já a comida nos deixou bem satisfeitos. O Pedro provou e aprovou o filé mignon com risoto e calda de Jaboticaba. Putz, eu não me lembro o que comi... rs. Mas devia ser bom porque fiquei com memória gustativa do lugar.


Outra dica gastronômica de Ouro Preto é o O Passo Pizza Jazz. O ambiente é muito agradável e pelo jeito sempre cheio. Ficamos um pouquinho na fila de espera e como estava lotado não tivemos a oportunidade de sentar do lado de fora. Há uma linda varanda com vista para um jardim encantador. Também demos azar de não haver música ao vivo. O jazz rola solto em alguns dias da semana. Apesar do cardápio ser bem variado, com várias opções tentadoras, era dia de rodízio de pizza. Como a fome estava grande super compensou o custo/benefício. Estavam muito gostosas. Feitas em forno a lenha as pizzas têm massa fina e crocante do jeito que gosto; e havia opções vegetarianas deliciosas.

Mariana

Me pareceu tão pequenina. Aquele tipo de cidadezinha em que todo mundo conhece todo mundo. Gente de uma simplicidade simples, como diz o Pedro. Mas não, tem cerca de 60 mil habitantes. E até alguns anos atrás detinha posição econômica de destaque, com excelente PIB.


Aí ocorreu o rompimento da barragem da mineradora Samarco em novembro de 2015 -- a maior tragédia ambiental do Brasil -- que destruiu casas, cobriu vegetações, poluiu rios, córregos e matou 19 pessoas. Ocorrida no distrito de Bento Rodrigues a lama não atingiu o Centro Histórico de Mariana, mas o impacto na economia é nítido. Sem a arrecadação do imposto da Samarco, a cidade está à mingua. Engraçado que quando estivemos lá nem eu nem Pedro nos lembramos do desastre ecológico, mas mesmo assim notamos que Mariana estava decadente. Só um tempo depois lembrei da tragédia e fiz a conexão.


Em uma visita rápida vimos os principais pontos turísticos alguns ateliês e igrejas. Achei o comércio fraco, fraco, com poucas lojas e restaurantes. Muitas portas estavam fechadas. Triste de ver. Almoçamos no Rancho da Praça, self-service com comida à vontade e preço fixo. Refeição típica mineira no fogão a lenha, saborosa e com preço justo.


Gostei bastante do acolhimento. As pessoas foram atenciosas e gentis. Há uma pracinha encantadora em frente ao restaurante: Praça Gomes Freire. Deu uma vontade danada de sentar à toa em um daqueles bancos de frente ao chafariz e o coreto... Mas como o tempo era curto, lá fomos nós bater perna.


Vale lembrar que Mariana teve um passado glorioso. Foi a primeira capital do estado de Minas Gerais e no século 18 chegou a ser uma das maiores cidades produtoras de ouro para o império português.


Estando a 11 quilômetros de Ouro Preto depois do almoço e passeio voltamos ao Hotel Solar do Rosário para no dia seguinte partirmos à penúltima etapa da viagem: BH.


Belo Horizonte

Estava ansiosa para conhecer a capital mineira. Assim logo após o café da manhã já pegamos a estrada. Levamos cerca de 1h30 para percorrer os quase 100 quilômetros de viagem de Ouro Preto a BH. Tivemos um pouco de dificuldade de encontrar hotel no bairro onde queríamos ficar, o Savassi, porque estava havendo um grande evento de negócios ocupando quase 100% da rede hoteleira da região. Situação que pode acontecer quando não se reserva com antecedência. Mas, por fim, conseguimos o último quarto disponível no IBIS.


Almoçamos no shopping que havia quase na frente do hotel e em seguida saímos para conhecer um pouco da cidade. Caminhamos até a Praça da Liberdade, local onde acontecem manifestações populares, passamos pelo Edifício Niemeyer, que lembra o Copan e então até o Mercado Central Municipal.


À noite jantamos no A Favorita, uma mistura de bar e restaurante com comida requintada. As especialidades da casa são os peixes e frutos do mar, mas também tem carnes vermelhas e risotos no cardápio. Para os que gostam de vinho, o restaurante possui uma extensa carta. O Pedro pediu o Ravioli da Gerais, ravioli de polenta ao ragú de galinha caipira e quiabo. E não curtiu. Já eu adorei o Risotto de camarões com tomates italianos e rúcula selvagem, o vinho rose, a noite, a companhia, tudo, tudo. O único inconveniente foi o preço.


Na manhã seguinte fizemos checkout no hotel, mas antes de viajarmos ao nosso último destino, fomos conhecer a Lagoa da Pampulha, um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, que está para os mineiros assim como o Ibirapuera está para nós paulistanos, eu acho. Idealizada por JK tem o projeto arquitetônico assinado por Oscar Niemeyer.


À beira da lagoa fica a Igreja de São Francisco de Assis, que conta em seu interior com a Via Sacra, obra composta por quatorze painéis de Cândido Portinari. O artista também assina, do lado de fora, um imenso painel de azulejos pintados retratando o santo que dá nome à igreja. O Conjunto Arquitetônico da Pampulha recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco. Pena que o estado de conservação de tão importantes arquiteturas esteja negligenciado. Principalmente da igreja; fiquei muito impressionada com o abandono.


Apesar da estadia de apenas um dia gostei bastante da capital mineira. Não sei se há mais o que conhecer na cidade que justifique uma nova ida para lá. Porém, o aeroporto de BH está a cerca de 60 quilômetros de Brumadinho, cidade onde fica o Instituto Inhotim. E para lá com certeza quero voltar.


Brumadinho

Última parada. E que surpresa incrível foi conhecer esse lugar. Um passeio tão maravilhoso e rico que farei um post especial para contar tudo o que vi e senti. O que tem de tão especial? O Instituto Inhotim. Que é mais que um museu com obras de arte contemporânea e uma coleção botânica que reúne espécies raras e de todos os continentes. "Inhotim é um estado de espírito", define com toda razão o empresário Bernardo Paz, fundador do lugar.


Passamos uma única noite em Brumadinho e também lá, por causa da internet que não funcionava bem e das longas distâncias entre os hotéis e a cidade, tivemos dificuldade em escolher hospedagem. Assim, uma dica importante é ir para aquela cidade com a estadia garantida. Por não termos reservado com antecedência não ficamos numa pousada muito legal, apesar dela ser bem próxima à Inhotim, cerca de 3 quilômetros.


Outra dica imperdível é o restaurante Ponto Gê. Uma experiência gastronômica fantástica. Um jeito criativo e autoral de recriar a comida mineira. Na casa da Gê a gente se sente em casa. Se serve no fogão a lenha, come à vontade e conversa com todo mundo em volta das panelas. Parecíamos velhas amigas. Mostrei fotos da família e ela mostrou suas bonecas, falou do marido, ensinou receitas, enfim, intimidade instantânea. Ela é assim com todos. A chefe é uma pessoa simples, calorosa e autêntica. Adora um "dediprosa"! rs


Agregando valor à experiência gastronômica, destaco a trilha sonora que rola de fundo: MPB de primeira. Dica: ligue antes para reservar pois nem sempre funciona. Ah, e serve apenas jantar.

A Gê e suas panelas cheias de cores e sabores


No dia seguinte ao jantar no Ponto G fizemos mais um passeio em Inhotim aproveitando ao máximo os últimos momentos. Só saímos do parque no horário de fechamento, às 16h30. Aí então subimos no carro e voltamos para São Paulo, com o Waze apontando 546 km e tempo de viagem previsto em 6 horas e 55 minutos. Como paramos algumas vezes para comer, abastecer o carro e ir ao banheiro, chegamos em casa bem depois da meia-noite, já no sábado.


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