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cuidar dos pais: quando chega a hora

Atualizado: 26 de set. de 2020


Crédito da imagem: Rosie O'Beirne

No feriado de 7 de setembro havia planejado passar três dias tranquilos no sítio. Até que fui pega de surpresa na véspera. Minha mãe estava com suspeita de um quadro grave de isquemia do intestino grosso com possibilidade de ser submetida com urgência a uma cirurgia de revascularização. Mas a notícia chegou a mim de um jeito bem dramático e vago me levando a suspeitar de um câncer avançado. Foi um sustão! Mas no fim ela tinha “apenas” diverticulite.

Esse episódio me levou a refletir algumas coisas. Uma delas é que a vida pode ser muito mais fácil e feliz quando estamos no controle de nossos pensamentos e emoções. Mais do que de maturidade chamo isso de consciência expandida, que é fruto de uma existência em busca de autoconhecimento. Dando atenção a nós apuramos a auto percepção, desenvolvemos a inteligência intrapessoal e a capacidade de nos conectarmos com o melhor que há na gente, gerindo assim de maneira eficiente as emoções, dominando os hábitos insalubres e o estresse.


Foi muito interessante e bom constatar a minha postura diante da situação. Notei consolidado em mim um comportamento de equilíbrio diante das adversidades, que tem sido construído aos poucos ao longo da minha jornada.


O olhar para dentro valeu a pena. A aparente falta de interação com o externo, toda minha esquisitice enquanto eu estava ocupada em me “aprender” e o meu silêncio renderam bons frutos.


Nessa situação específica da minha mãe, desde o momento do telefonema que recebi no meu trabalho, passando pelos transtornos de ir socorrê-la em outra cidade, acompanhá-la ao PS e depois na internação, me mantive calma, amorosa e consciente do importante papel que tinha naquele momento. E constatei que consegui colocar na prática as teorias estudadas. Senti os benefícios da meditação na vida real e me percebi ocupando meu espaço de forma plena.


Dei conta do recado sem drama e pânico mas enfrentando o medo que apareceu. Porque quando a gente se vê na posição de cuidar dos pais bate um medo... Medo de perder nossa liberdade, de ter de sair da zona de conforto e abrir mão de nossos planos para nos dedicarmos a eles, sem falar do medo de perdê-los, óbvio. Esse é um momento difícil que a maioria das pessoas vive e que estou começando a viver. Me saí bem nesse primeiro momento. Durante todo o tempo que minha mãe precisou de mim me imbui do compromisso sagrado de retribuir o carinho e cuidado que recebi dela da melhor maneira possível.


Caiu a ficha de que daqui pra frente mais situações dessa virão. Desconheço o que a vida me reserva, mas sinto que estou sabendo viver um dia de cada vez. Percebo que todo acontecimento que vier será encarado de maneira serena e positiva. E confio que minha consciência me mostrará o caminho a seguir.


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