a augusta
esquecida.
real
soturnamente
real.
sigo
cruzando
rostos
opacos
:talhados
pelo
relógio
de ponto.
sou dessas
mas me
movo
le n t a m e n t e.
enquanto
correm
afrouxo
o passo.
mais.
muito mais.
por desaforo
:atraso.
subo as
escadas
e com
os pés
molhados
piso o
chão
:sólido
e oco
paredes
não tão
brancas
ao redor
:sem ar.
não
não é real.
armários
arquivos
carimbos
:em
documentos
autênticos.
projeções
estúpidas
:há uma
escotilha
neste
aquário.
tantas.
o que
é real?
suplico
:alguém?
um sinal.
a
imensidão
verde
veda
a visão
da rua.
transitório.
nada
é real
:o
mar
e a árvore.
em março
(talvez abril. maio?)
as folhas
começarão
a cair. ⠀ ⠀ ⠀ ⠀
as mesmas
que agora
invadem
a sala
pelas
frestas
abertas
das
vidraças. ⠀ ⠀
efemeridades.
filamentos
clorofila.
proeminentes
:ilusões
oscilam
bambas
no
vácuo.
então
sobranceira
mergulho
sereia
no
verde
-mar
que
contemplo
pela
janela.
há algo
em meu
jeito
que me
diviniza
:iemanjá
odoiá
Laura A
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